Wednesday 25 May 2011

Código Florestal e as Reservas Marinhas


Cada país protege seu maior patrimônio, certo?
Claro que não! Muito pelo contrário!

Enquanto no Brasil o governo avacalha com nossos recursos florestais defendendo a agropecuária, aqui na Austrália o governo também avacalha com o que eles tem de mais precioso, que são os recursos marinhos, defendendo a pesca.

Vou explicar. Austrália é uma ilha gigante, cercada pelo oceano Índico e Pacífico. No meiozão não tem nada de valor pro homem, é um desertão, então não tem perigo nenhum. Por conta disso, a Austrália não tem muitas cidades e tem só cerca de 22 milhões de habitantes (menos que São Paulo). As maiores cidades ficam nas costas: Brisbane, Sydney, Melbourne, Adelaide, Perth, e Darwin.  Então aqui, os recursos marinhos são muito explorados.

O recurso principal é a tal da pesca do atum, que vale muito dinheiro, principalmente vendido no Japão. Mas pra isso eles usam o método de “fish farming” já que não se consegue reproduzi-los em cativeiro. Eles basicamente caçam os atuns e engordam eles em piscininhas cercadas no mar. E alimentam eles com sardinha. Então tem 2 problemas juntos: primeiro é a caça de atuns, que por si só já causa um dano ambiental, somada a caça de sardinha, em que o dano ambiental é muito maior. No final das contas o treco todo é um desastre ambiental: morre golfinho, baleia, tubarão, raias e tudo junto nas redes de pesca.

Acontece que o conselho científico daqui conseguiu que fossem criados alguns “marine parks”, onde a pesca é restrita, justamente devido a superexploração da pesca comercial. Esses parques marinhos são recentes (o primeiro é de 1995), então ainda estão relativamente em fase de consolidação.

A novela a gente já tá acostumado (só que na perspectiva agropecuária): os pescadores comerciais não gostam de ter o espaço de pesca restrito, e eles têm dinheiro e mandam em boa parte dos políticos daqui. Então os "parques" ficam só pra inglês ver mesmo... pequenos, não efetivos e em área em que a pesca comercial é inviável de qualquer jeito.

A conclusão geral é a mesma sempre: “When it comes to the crunch and the decision making, the economic always gets precedent over the environment"

É triste ver que isso é verdade...
By the way, acho que todos podem contribuir pro meio ambiente, diminuindo ou evitando o consumo de sashimi e de atum em geral. Mas isso é assunto pra outro post...

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